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Obra Católica Portuguesa das Migrações

"Medo da denúncia" é revelador no caso das agressões a criança nepalesa

17 mai, 2024 - 06:30 • Henrique Cunha

O caso das agressões a uma criança nepalesa deverá ser um dos temas da reunião que junta esta sexta-feira o Fórum de organizações para a imigração e Asilo (FORCIM).

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O caso das agressões a uma criança nepalesa numa escola de Lisboa deverá ser um dos temas da reunião desta sexta-feira o Fórum de Organizações para a Imigração e Asilo (FORCIM).

O encontro marcado para a sede da Conferência Episcopal Portuguesa pretende refletir sobre "o discurso de ódio" e sobre o que as instituições "podem fazer enquanto Igreja" no combate ao fenómeno.

O Centro Padre Alves Correia (CEPAC), entidade que denunciou o caso da criança nepales,a é uma das instituições que integra o FORCIM, organismo coordenado pela Obra Católica Portuguesa das Migrações (OCPM).

A diretora da OCPM, Eugénia Quaresma, diz à Renascença que, neste caso, é revelador "o medo da denúncia" e alerta para a necessidade de haver "mecanismos de denúncia e também de investigação".

“Isto faz-nos pensar na importância de termos não só mecanismos de denúncia, mas também de investigação e de ação subsequente sobre essas investigações para esta linha de justiça funcione, para que as denúncias, quando ocorrem, possam ter efeito, possam melhorar os nossos ambientes”, diz Eugénia Quaresma.

Noutro plano, a diretora da OCPM defende ser necessário “melhorar rapidamente” o trabalho desenvolvido pela Agência para a Integração Migrações e Asilo (AIMA).

Para Eugénis Qauresma, não é fácil entender a formação de longas filas à porta das sedes da agência em Lisboa e no Porto. "É preciso respeitar mais os migrantes", enfatiza.

“Nesta fase de transição, que está muito confusa, temos de melhorar de forma a respeitar os migrantes”, reforça.

Para melhorar o ambiente de desconfiança e evitar “alguns mal-entendidos e preconceitos que existem” em relação aos migrantes, Eugénia Quaresma sugere que se promova "o encontro entre cidadãos migrantes e autóctones” e que se aprofundem “as boas práticas de diálogo de alguns municípios”.

O FORCIM é uma plataforma de advocacia e sensibilização à luz da Doutrina Social da Igreja, criada em 2021, que reúne de forma periódica com o propósito de refletir sobre a atualidade migratória. Atua sob tutela da Comissão Episcopal da Pastoral da Mobilidade Humana.

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