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O que esperar do arranque dos trabalhos no Parlamento Europeu?

11 set, 2023 - 06:59 • Henrique Cunha

Os eurodeputados Pedro Silva Pereira e Paulo Rangel explicam à Renascença o que vai estar no centro do debate esta semana.

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No arranque dos trabalhos no Parlamento Europeu, o eurodeputado socialista Pedro Silva Pereira defende que são necessárias regras "mais amigas do investimento", e adianta, em declarações à Renascença, que o tema "está no centro dos combates políticos” dos socialistas “neste início de ano parlamentar".

Pedro Silva Pereira lembra que, na sequência da pandemia e da guerra na Ucrânia, “a Europa suspendeu as regras do défice e da dívida e agora voltou a colocá-las em vigor". Contudo, Silva Pereira entende que "não é possível manter as regras como elas funcionavam anteriormente”. “Nós precisamos de regras que sejam mais amigas do investimento”, reforça.

Por sua vez, o social-democrata Paulo Rangel espera que a União Europeia possa refletir sobre o futuro da União Económica e Monetária.

O eurodeputado assegura que se trata de um tema muito importante "para a economia portuguesa e para o dia a dia dos portugueses". “Continuamos sem ter união bancária, continuamos a fazer um compasso de espera no aprofundamento da união económica e monetária e isso tem um papel decisivo na vida dos portugueses”, sustenta.

Para além da política económica e monetária, Paulo Rangel elege mais duas prioridades neste arranque de trabalhos no Parlamento Europeu: A política de migrações e o ambiente. O eurodeputado critica o G20 que, no último fim de semana, se comprometeu com energias renováveis, mas não apelou ao abandono dos combustíveis fósseis. “O G20 continua a não ver o problema na sua complexidade global, porque isto não é uma questão de retórica para saber quem é o culpado da situação a que chegamos. O passado histórico não vai, de modo algum, resolver a crise climática”, afirma.

Na mesma temática, o socialista Pedro Silva Pereira diz que é importante saber se a "Comissão Europeia vai ou não respeitar" a agenda ambiental. Para o eurodeputado, "não é tolerável um recuo nesse domínio". O socialista recorda que, “recentemente, houve uma divergência com os partidos do centro-direita que fizeram uma aliança com os partidos da extrema-direita para tentar bloquear as medidas mais progressistas da agenda ambiental e da descarbonização económica”. “Não é possível, não é tolerável um recuo nesse domínio e, portanto, essa vai ser certamente uma das questões decisivas”, reforça.

PE debate violência e discriminação no desporto

Na primeira semana de trabalhos em Estrasburgo, os eurodeputados irão também debater a violência e discriminação no desporto, a partir do chamado "caso Rubiales".

Paulo Rangel diz ser fundamental discutir a ética no desporto, considerando o caso Rubiales "um alerta para essa reflexão". Nestas declarações, ainda antes de se saber que Luis Rubiales se vai demitir da presidência da real federação espanhola de futebol, o eurodeputado social-democrata aludiu à existência de "relatos sucessivos de abusos" que têm efeitos significativos "na saúde mental e na dignidade das pessoas".

Por sua vez, o socialista Pedro Silva Pereira sublinhou que "os problemas da ética no desporto e dos direitos das mulheres são temas muito caros ao Parlamento Europeu".

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